1.2.15

// A GRANDE NOVIDADE. ARTISTA DO MÊS: RITA ROLDÃO //


Há uns dias que andava cheia de borboletas na barriga com vontade de partilhar esta novidade convosco, mas tive que me conter e, após alguns dias de suspense, finalmente venho-vos contar tudo sobre esta grande novidade. Então é o seguinte: desde que criei o blog que tinha um desejo muito grande: que era usá-lo como ferramenta para divulgar e dar a conhecer o trabalho de novos artistas e pessoas que me inspiram. Pessoas que me rodeiam no dia-a-dia, pessoas que me fazem querer ser melhor todos os dias, a nível profissional e, algumas, também a nível pessoal. Ainda não tinha encontrado a melhor forma de dar asas a este meu desejo até que, no final de 2014 pensei "porque não convidar artistas para fazerem edições especiais e limitadas de mimos?". A início abanei a cabeça e dei-lhe umas pancadinhas (tipo desenhos animados) para ver se aquela ideia, que me parecia um bocadinho estúpida, me saía da cabeça... mas ela não foi embora. E passados uns dias a remoer e dormir sobre o assunto achei que poderia não ser uma ideia assim tão descabida e até interessante. 
Foi aí que chegou a excitação e o entusiasmo do "Vou mesmo fazer isto, está decidido!". Assim sendo, comecei por fazer uma lista de alguns artistas que eu admiro (numa fase inicial os que me são, de alguma forma, mais próximos) e comecei a falar com eles. Felizmente, até agora, todos eles aceitaram e me pareceram entusiasmados com a ideia! 

E desta forma nasceram os "MIMOS DOS ARTISTAS DO MÊS". Todos os meses poderão encontrar aqui um artista diferente que vos trará os mimos mais originais e "WOW!" de sempre, prometo! O que devem saber sobre esta nova secção dos mimos? Estas edições são especiais e limitadas, o quer dizer que apenas no mês do artista em questão é que poderão obter estes mimos. Por exemplo, a minha primeira artista é a Rita Roldão (já vos vou falar um pouco mais dela abaixo), as edições de mimos da Rita só poderão ser adquiridas durante o mês de Fevereiro, depois  disso acabam! Em Março já entra outro artista com um novo design, and so on so on... perceberam? Têm um mês para encomendar os mimos dos artistas, dia 1 do mês seguinte já passamos para outra fonte de inspiração e para outra "sinergia artística".


No 1º dia de cada mês vão poder encontrar, aqui no blog, um post especial a anunciar quem é o artista e a mostrar os mimos especiais que ele/ela fez para vocês. Todos estes posts serão acompanhados por uma entrevista, para vos dar a conhecer um bocadinho mais destes "meus artistas do mês". 


Apresento-vos então a minha primeira artista: Ana Rita Roldão.
Já perdi a conta aos anos que conheço a Rita, e nem sei se os dedos das duas mãos chegam para os contar, creio que não. A Rita, apesar de não se considerar "artista" é, para mim, uma artista. Pode ainda não estar inserida no mercado de trabalho, mas não tenho qualquer dúvida que rapidamente o fará e que terá o maior sucesso, no que quer que seja que ela escolha fazer. Mas bem, encontrei-me com a Rita na baixa do Porto, e passamos um belo bocadinho de tarde na conversa, com o solzinho de inverno a aquecer as almas e as palavras. Preparadas/os para conhecer melhor a Ritinha? Vamos a isso então:








Conta-nos, quem é a Rita? Assim um pequenino resumo do teu background.

Então a Rita tem 25 anos, nasceu no Porto e está neste momento no 2º ano do mestrado de ilustração na ESAP, em Guimarães. Antes disso esteve um ano em design de moda na ESAD, no Porto, mas não gostou nada, e foi aí que se mudou Guimarães para o curso de design e marketing de moda, na Universidade do Minho.

["Estou a falar de mim na terceira pessoa porquê?" Risos]

Na minha infância sempre gostei muito de desenhar, era muito perfeccionista, e, como o meu pai é jornalista e a minha mãe educadora de infância, sempre tive uma influência muito grande da imagem e da narração de histórias. O meu pai é um contador de histórias nato então acho que, desde sempre, mesmo por influência familiar, tive uma ligação especial com a área das artes e tive uma infância espetacular... Eu acho que a infância é uma parte que me influenciou imenso, acho que influência a toda a gente mas eu tenho uma memória mesmo vivida do infantário, lembro-me de desenhar, lembro-me dos passos da plasticina, da pintura com as mãos... curiosamente são das memórias mais vividas que tenho e acho que é por as ter que vou tentando procurar quem sou tendo em conta o que sempre fui. Porque acredito que uma pessoa desde sempre sabe mais ou menos o que quer e o que gosta, tem é que pensar um bocadinho “o que é que curtias N quando eras pequenina?” Aquilo que curtias quando eras pequenina é, provavelmente, aquilo que vais curtir sempre.  Pronto, acho que isto é um background assim sumário da Rita.



Como é que começa o teu dia? Tens alguma rotina?

Eu sou completamente anti-rotina. Não sou anti rotina, acho óptimo ter rotina, mas infelizmente acho que nunca tive a disciplina para ter uma rotina. Por exemplo, agora que não estou a ter aulas as minhas rotinas variam absurdamente, as vezes estou a viver de noite como outras vezes estou a viver de dia, então não tenho horários certos. Já tive rotinas certas quando andava na escola, e acho que a escola nos dá uma rotina boa para trabalhar, etc, mas sem uma autoridade exterior a mim, sozinha, acho que nunca consigo ter rotina, é terrível. Embora gostasse de ter.



Que rotina é que gostavas de ter?

Olha gostava por exemplo de ter um sítio certo para trabalhar, não ser tão nómada! [risos] Então como agora ando entre Guimarães e Porto, gostava de parar num sítio. Vou tentar juntar-me com alguém, freelancers ou assim, para alugarmos um escritório/atelier, mas ainda estou à procura de alguém...







O que é que não pode faltar no teu 'espaço de trabalho'?

Não pode faltar o meu computador, nunca! Não pode faltar estímulo visual! A internet é fantástica e dá-nos muitos estímulos visuais mas eu gosto muito de ter livros e postais e coisas físicas por perto. O meu pai outro dia descobriu uma máquina fotográfica lá por casa que não usava e deu-ma, então ultimamente ando sempre com a máquina e adoro tirar fotografias que colecciono e que acabam por também fazer parte dessas referências que uso quando estou a trabalhar. Portanto: o meu computador, estímulo visual (muito estímulo visual, adoro comer imagens!!), papel e, claro, algum material 'riscador', seja um lápis ou uma caneta. Acho que isso é o essencial.



O que é que te inspira? De onde vêm as tuas inspirações?

É assim, eu nunca tenho uma coisa muito particular, eu sou muito por fases de inspiração. Às vezes estou “obcecada” por determinado tema e consumo esse tema até à exaustão... por exemplo: ultimamente, com o meu namorado, tenho passado pela fase de toda a arte dos jogos, então vou ver tudo o que há de jogos, saco uma data deles e jogo mesmo, porque acho que é um exercício espetacular.
Agora ando a curtir mandalas, percebes? Por isso acho que é uma cena que vai acontecendo por fases, por luas...  Porque coisas que me inspiram sempre são mesmo as pessoas! Conviver com pessoas, falar com pessoas, ver outros artistas, isso é uma coisa que é sempre uma fonte valida de inspiração e que me agrada muito, agora há certos temas que vão sempre saltando. Como estudei design de moda houve uma altura que estava obcecada por tendências, texturas, paletas de cores... é conforme os dias, as pessoas que vou conhecendo, as coisas que vou vendo, conforme o que acontece à minha volta... passear inspira-me, adoro o centro do porto! Observar pessoas, inspira-me! E muitas outras coisas.



Tens algum tipo de processo criativo? Algo que seja comum a todos os projectos/trabalhos?

Eu faço sempre muita pesquisa, e acho que isso é normal, é um elemento comum a todos os projectos. Procuro, pesquiso e guardo tudo digitalmente em arquivos de determinados temas. Por exemplo, se estiver a fazer uma colecção de mulher sobre folclore, procuro o máximo possível de imagens sobre o tema, procuro o máximo possível de blogs ou pessoas que já tenham escrito sobre isso, e depois reúno tudo numa pastinha e tento seleccionar coisas, ver o que me interessa e o que não me interessa... pronto, muita pesquisa e referências e estímulos, mais uma vez! Depois, outros processos serão o esboçar, tentar fazer sempre no papel um rabisco, uma primeira ideia daquilo que quero antes de criar o projecto propriamente dito, pego e junto cores para testar, faço muitos apontamentos no próprio ficheiro, para ter noção de tudo e não se perder nada durante o tempo de criação. Tenho vindo a trabalhar essencialmente no digital, embora adore desenhar não tenho tido muito esse hábito porque hoje em dia temos tantas tecnologias que facilitam o desenho digital que me agrada muito desenhar directamente no computador... claro que não excluo fazer um desenho e depois digitaliza-lo e trabalhar a partir do mesmo, e acho que é essencial dominar o desenho à mão, mas nestes últimos tempos não tenho "saído do computador" por acaso, e gosto disso!










O que é que te falta fazer/realizar a nível profissional?

Ui, falta tudo!! [risos] Eu não sou uma profissional, eu não sou nada, eu nem sequer me considero artista... a sério, eu acho que sou uma entusiasta basicamente, mas acho que não me posso chamar de artista, não tenho verdadeiramente experiência de trabalho, só em coisas muito simples, e tenho muito prazer a fazer aquilo que faço mas não estou inserida no mercado de trabalho propriamente dito. É como é, a sério, acho que há tantas pessoas que temos como referências de artistas, que eu admiro tanto e, tendo em conta essas pessoas, eu acho que não me posso chamar de artista porque tenho como referência verdadeiros artistas, percebes? E preciso de trabalhar muito mais, preciso de me focar muito mais, ainda preciso de compreender o que é que eu quero mesmo, tenho feito experiências e tentado perceber o que é que eu gosto e não gosto, o que é que eu sou, e isso é que vai fazendo de mim algum tipo de artista ao longo do tempo, mas acho que ainda não estou sequer lá, mesmo! E não é mau pensar assim, acho que é positivo termos noção das coisas, é bom conhecer o que há e quem é que, de facto, está a fazer alguma coisa (e o quê) para perceber que ainda tens muito que andar, temos que ser humildes e perceber tipo "não, (ainda) não és artista nenhuma".



Mas não achas que vais sempre sentir que ainda tens 'muito para andar'?

Espero que sim, espero sentir sempre que vou ter que andar muito, espero nunca chegar a um ponto em que “ok, 'tá tudo, não tenho mais nada para fazer, já me provei”, aliás, acho que não quero provar nada, só quero tentar estar bem e fazer aquilo que gosto e nunca parar. Acho que nunca vai chegar a um ponto em que vou estar satisfeita, sem dúvida, mas não é por isso que me considero artista, de todo! Tirei um curso de design de moda, isso não é ser artista, é ter um curso de design de moda, e agora estou a tirar ilustração e gosto muito de fazer aquilo que posso para pessoas que me peçam, por exemplo tu, tenho muito prazer em fazer estas coisas...






Como foi o caminho entre acabar design de moda e tirar o mestrado em ilustração? O objectivo é fazer ilustração para moda? É complementar tudo? Ou passar para uma onda completamente diferente?

Eu julgo que todas as aprendizagens que vamos tendo na vida se vão complementando, mesmo que eu tirasse agora um curso de cozinha podia complementar o meu curso de moda e fazer uma colecção sobre cozinha francesa por exemplo [risos], acho que tudo é possível de se ligar mas na verdade acho que também me desliguei um bocado da moda, apesar de não querer de todo exclui-la nem afastá-la, aliás, já fiz alguns trabalhos de freelancer em ilustração de moda e gostei muito, e vou sempre gostar muito da criação de vestuário e do design de vestuário, mas acho que o mundo da moda era assim um bocado extravagante demais para mim, ou tem algumas coisas que eu considero um bocado feias, se calhar isso é normal e natural, tem que ser assim, mas é muito competitivo, é muito overwhelming, e julgo que isso também me fez optar por este mestrado, porque ilustração é uma coisa muito mais simples... é muito exigente na mesma, mas é mais ‘pura’, e tem mais a ver com o que eu quero. Mas  a moda estará sempre comigo e eu continuo a gostar muito, sempre que puder vou interligar as coisas, não vou querer é estar tão inserida nesse mundo como seria de esperar, não quero ser designer de moda nem ter uma linha, nem criar uma marca minha, não é a minha ambição fazer isso, embora adore roupa, adoro padrões e cores, etc, fascinam-me imenso, mas se fosse a trabalhar para  moda era numa coisa mais a ver comigo, alguma coisa que não a pensar nas outras pessoas, claro que devemos pensar nas outras pessoas, mas não naquela obsessão de vender, porque acho que a moda está muito ligada a vendas e ao comercial, e isso por vezes faz-me alguma confusão, por isso é que agora estou mais virada para a ilustração.



E se tivesses que dizer, neste momento, qual era a tua ambição... qual seria?

A minha ambição? Neste momento gostava muito de acabar o mestrado, que é sempre um processo complicado, é preciso muito foco e é necessário saber exatamente o que é que e eu quero (e o que é que não quero), e há dias em que penso “O que é que eu estou aqui a fazer?”, etc.. Tenho um projeto pessoal para desenvolver, é esse o objectivo no 2º ano, mas como ambição gostaria imenso de, por exemplo, sair daqui. Sempre adorei viajar e fiz imensos intercâmbios, os meus pais levavam-nos sempre a muitos sítios, fazíamos sempre férias num país diferente, e o facto de já ter conhecido algumas partes giras e completamente diferentes do Mundo faz-me obviamente querer sair e experimentar, ver outros sítios, viver noutros sítios! Já ponderei ser hospedeira de aviões [risos]. Por outro lado gostava de fazer aquilo que gosto na minha cidade, e quero acreditar que é possível haver espaço para muitas coisas cá porque gostava de me dar bem na minha própria cidade obviamente, eu adoro o Porto!
Mas isto não é propriamente uma ambição, se calhar é uma vontade, a ambição maior é perceber o que é que se passa , o que é que eu sou, o que é que eu quero, as mesmas coisas de sempre... que no fundo é viver! Mas não há respostas nem soluções imediatas para isso, acho que o "truque" é mesmo viver! Ir vivendo e tentar estar bem e tentar, de alguma forma, fazer bem às outras pessoas, e isso é mais difícil do que possa parecer... perceber qual é o lugar que temos no mundo, o que é que podemos fazer para contribuir. Isso é o que eu quero!
Já tive uma espécie de ambição estúpida: que era fazer um “rally de part-times”, tipo "rally das tascas" sabes? só por experiência! Gostava de saber o que é ser empregada de mesa, empregada de limpeza, gostava de saber o que é ser assistente de fotógrafo, estás a perceber? Eu gosto tanto de vários tipos de atividades, coisas simples, que acho que seria uma pesquisa e uma experiência interessante! Viver papéis de outras pessoas e perceber o que é que elas sentem é uma inspiração para mim. Tentar perceber o que é que o senhor do lixo está a pensar quando está a trabalhar? Qual é a rotina dele? Certamente seria muito difícil aceitarem-me como menina do lixo [risos], acho eu, é preciso ter alguns requisitos bastante complicados, que eu não tenho, mas se pudesse, adorava experimentar!
Também adorava trabalhar com crianças! Claro que como artista é conciliável este desejo, mas têm que surgir as oportunidades. Eu e a minha mãe fizemos um projecto, uma sugestão de workshop infantil para o andanças (o festival de dança), que era, através da reutilização de rolos de papel higiénico, fazer todo o tipo de bonequinhos fofos: como polvos ou mochos, ou óculos, etc.. o andanças tem efectivamente muitos rolos de papel higiénico e acho que era uma ideia que se enquadrava nos valores deles e ficou muito giro, só o fazer isso com a minha mãe foi muito divertido!! E gostava muito de pôr isso em prática com crianças, obviamente! Agora lá está, têm que aceitar ou não, ou tenho que ver outros tipos de possibilidades, tenho que fazer surgir as oportunidades. Mas agora nem ando com muito tempo para procurar porque estou a tentar focar-me no mestrado, mas basicamente adoraria experimentar muita coisa! -





"Uma Mandala é um símbolo espiritual e ritual ligado ao Hinduísmo e ao Budismo que representa o Universo. Assume uma forma, na sua representação mais básica, de um quadrado com quatro portões com círculos em cada ponto central; cada portão tem uma forma semelhante a um "T". As Mandalas apresentam quase sempre um equilíbrio radial na sua composição. Recentemente, o termo Mandala tem vindo a ser aplicado a qualquer representação geométrica e simbólica do Cosmos."
in Wikipedia



Então, pedi à Ritinha para me criar 2 capas especiais para este mês de fevereiro. A liberdade criativa era total e, como agora andava na "onda das mandalas" optou por criar 2 lindas mandalas coloridas, uma em tons de azul e outra em tons mais quentes e rosados. Vamos vê-los?














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São ou não são amorosos?


1 mimo do artista do mês - 6 
Pack artista do mês [conjunto dos 2 cadernos] - 10 
[ valor de portes de envio para Portugal incluído ]

Como sempre e em todos os modelos de mimos, podem personalizar a frase/texto sem qualquer custo adicional!


3, 2, 1:

Já podem começar a encomendar estes mimos tão especiais!
Já sabem, é só enviar email para blog.thempire@gmail.com, com o mimo que querem e a frase para colocar na caixinha de texto.

Um especial obrigada à Ritinha, por teres alinhado nesta ideia! É com muito prazer e gosto que és a minha "primeira artista do mês"!

E então, o que acharam desta novidade? Acharam interessante a ideia?
Esteve à altura das expectativas de tanto suspense?
Contem-me tudo aqui ou no facebook.
Quero muito receber feedback da vossa parte, e estou certa que a Ritinha também!

lots of love e um óptimo resto de domingo,
The M Pire


2 comentários:

Margarida Ribeiro e Silva disse...

Tão bonitos! Adorei o design ♥

The M Pire disse...

Muito obrigada Margarida ♡